Dizem que a vida imita a arte, mas eu sempre defendi o inverso. Até porque, para que exista a arte, antes é preciso que exista o artista.
E artista é o que não falta por aqui. Aliás, nunca faltou.
Na premiada série Yellowstone, a família Dutton vive, literalmente, um inferno para defender uma imensa propriedade que desperta o interesse de poderosos vindos de todos os lados. Em uma fala emblemática, um dos interessados em tomar a propriedade bilionária afirma: “se alguém quer possuir algo e ter paz ao mesmo tempo, que obtenha aquilo que não gera cobiça” — ou seja, algo que não valha nada.
Na série, vale tudo — só não vale perder.
De volta à vida real, o terminal alfandegário situado em Anápolis também tem vivido dias de intensa disputa. De um lado, a empresa Porto Seco Centro-Oeste, que já opera há anos, ligada a anapolinos tradicionais e influentes — assim como a família Dutton, na série. Do outro lado, a bilionária Aurora EADI, que chegou derramando dinheiro, contratando “todo mundo” e “vendendo” desenvolvimento e progresso. Muito parecido com os ricaços do mercado imobiliário retratados em Yellowstone.
Por aqui, já estamos na guerra de narrativas, fomentada e retratada pela imprensa (ou assessoria) local, uma vez que o assunto já foi politizado.
Será que, daqui a pouco, vai ter gente vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol para defender um lado e acusar o outro?
Tomara que essa história não passe da primeira temporada. Melhor ainda: tomara que não vire uma novela.
Mas e aí? Em Anápolistone, quem você acha que vai vencer?