18 de abril de 2025

Por que Márcio Corrêa não abriu o Hospital Georges Hajjar e a UPA Central

Ouça a matéria clicando no play

0:00

A cidade de Anápolis vive um impasse que escancara o jogo político por trás da saúde pública. O Hospital Georges Hajjar e a UPA Central, duas estruturas físicas praticamente prontas, continuam fechadas mesmo após quase quatro meses da nova gestão. A população, naturalmente, cobra o atual prefeito, Márcio Corrêa. Mas a história, como quase sempre na política, tem camadas.

O ex-prefeito Roberto Naves entregou as duas unidades a apenas 16 dias do fim de seu mandato. Não foi coincidência. Ele sabia que inaugurar o hospital e a UPA às pressas, sem garantir recursos permanentes para o custeio, seria como entregar um presente de grego ao sucessor. E foi exatamente isso que aconteceu.

Abrir um hospital ou uma unidade de pronto atendimento exige mais do que tijolo e tinta nova. É preciso contratar equipes, garantir o fornecimento de insumos, manter leitos funcionando e, acima de tudo, assegurar uma fonte de financiamento estável. Nada disso estava previsto ou viabilizado no orçamento municipal de 2025 (muito menos para os anos seguintes). Ou seja, Roberto Naves deixou a “obra pronta” apenas para as câmeras, não para a realidade da gestão pública.

Márcio Corrêa, por sua vez, ainda não soube lidar com o desafio. Preferiu culpar a herança e focar em ações midiáticas pontuais, como a intervenção na UPA Alair Mafra, que, até agora, só acumulou críticas e promessas não cumpridas. Em vez de pressionar o governo estadual ou buscar articulação com o governo federal para viabilizar a abertura das unidades, a atual gestão parece optar por ganhar tempo (e capital político) com narrativas cuidadosamente montadas.

Enquanto isso, quem paga a conta é o povo. As unidades em funcionamento estão superlotadas, a rede de urgência e emergência segue em colapso, e duas estruturas gigantes permanecem de portas fechadas, servindo apenas como lembretes visuais do fracasso da política pública quando feita com interesses eleitorais, e não com compromisso real com a população.

A verdade é dura: Roberto Naves fez marketing com tijolos e deixou a fatura para o próximo. Márcio Corrêa herdou a bomba-relógio e, até agora, não demonstrou preparo para desarmá-la. No fim, os dois tornaram-se protagonistas de um teatro político onde quem sangra de verdade é o povo, sem atendimento, sem transparência e sem esperança.

Compartilhe nas redes sociais

Tags:

Receba as notícias em tempo real

Se atualize em tempo real​

plugins premium WordPress

Digite o que você está procurando no realidadedopovo.com.br

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors