Na administração pública, o líder principal, o prefeito, não é apenas o gestor do município. Ele é o maestro que define o tom da orquestra política e administrativa. O que muitos ainda não compreenderam é que, em grande medida, a postura do chefe do Executivo local influencia diretamente a conduta dos seus secretários, assessores e, por extensão, de todo o corpo técnico da Prefeitura. O comportamento do líder é o espelho onde os demais se veem.
Quando se tem um prefeito sério, que respeita a justiça e pratica a verdade, a cidade inteira sente os reflexos. Um prefeito justo impõe limites éticos e morais à sua equipe, inspira compromisso com a coisa pública e afasta qualquer tentativa de desvio de conduta. Ele não governa com base em vaidades, não utiliza o cargo para alimentar ego ou promover revanche política. Ele lidera com o exemplo, não com gritos ou ameaças. Ele governa para todos, não para um grupo.
A justiça, quando valorizada pelo líder, se torna princípio orientador de todas as ações administrativas. Um prefeito que respeita as leis e confia nas instituições transmite segurança aos servidores e à população. Por outro lado, um gestor que mente descaradamente, que tenta manipular narrativas, que precisa constantemente aparecer mais do que os outros, como se fosse o sol em torno do qual todos devem orbitar, contamina todo o ambiente político e administrativo. Cria-se uma cultura de bajulação, de medo, de falsidade institucionalizada.
É preciso dizer com todas as letras: prefeitos assim são perigosos. São líderes frágeis, inseguros, que compensam sua falta de grandeza política com pequenos atos de autoritarismo ou populismo teatral. Usam a máquina pública como palco de vaidades, enquanto a cidade e seus problemas reais são deixados em segundo plano. A mentira, nesse contexto, vira método. E o pior, a mentira sistemática mina a confiança da população nas instituições e no próprio serviço público.
Por isso, um bom prefeito é, antes de tudo, um exemplo. Um bom prefeito não tem síndrome de protagonismo, mas sabe dividir méritos. Não governa com ódio ou com espírito de revanche, mas com equilíbrio e foco no bem comum. Ele não precisa apagar a luz dos outros para brilhar. Sua liderança se impõe não pela força, mas pela coerência e retidão.
O tom da política municipal começa no gabinete do prefeito. Se lá reina a seriedade, a transparência e o compromisso com a verdade, o município caminha em ordem. Mas se ali se instalou o engano, a perseguição e o narcisismo, o caos se espalha em silêncio, até que a sociedade, cansada, exija mudança.