Quatro milhões e quinhentos mil reais por mês. Esse é o custo para manter a Câmara Municipal de Anápolis funcionando, ou melhor, existindo. Porque, na prática, pouco ou nada se vê de funcionalidade. Nos quatro primeiros meses de 2025, nenhum projeto relevante foi apresentado, nenhuma proposta de impacto foi discutida, nenhuma resposta às crises enfrentadas pela cidade foi sequer sinalizada.
Enquanto isso, com o mesmo valor mensal, a cidade mantém duas UPAs essenciais, a Alair Mafra e a Pediátrica, que atendem milhares de pessoas todos os meses. Ou seja, com R$ 4,5 milhões, a saúde salva vidas. A Câmara, por outro lado, não entrega nada.
Mais grave ainda é o silêncio em torno das Comissões Especiais de Inquérito, CEIs, que deveriam ter sido abertas para investigar os empréstimos milionários contraídos pelo ex-prefeito Roberto Naves. Dinheiro público, contratado a peso de altos juros, que deixou um rastro de dívidas, obras paradas, abandono urbano e um colapso na saúde. A Câmara tinha o dever de apurar. Não fez.
Não há fiscalização, não há cobrança ao Executivo, não há voz ativa nas crises que a cidade enfrenta. O que se vê é uma estrutura cara, travada, burocrática e distante da realidade da população. Um verdadeiro monumento à omissão.
A pergunta que Anápolis precisa fazer é simples, vale a pena pagar milhões por mês para manter 23 cadeiras vazias de propósito? Porque é isso que parece. Cadeiras que não discutem, não enfrentam, não propõem, não denunciam.
A cidade está afundando em dívidas, a saúde clama por socorro, o povo espera por soluções. E a Câmara? Assiste calada.
Se a população não cobrar, esse ciclo de desperdício e descaso vai continuar. E cada real jogado fora ali dentro faz falta aqui fora, nos hospitais, nas escolas, nas ruas abandonadas.