No dia 1º de maio, chovem postagens nas redes sociais de políticos, autoridades e instituições parabenizando o trabalhador brasileiro. Mensagens com frases de efeito, imagens de ferramentas, mãos calejadas ou bandeiras tremulando. Mas, na prática, o que essas homenagens mudam na vida de quem acorda cedo todos os dias para sustentar o país?
A verdade é que o trabalhador não precisa de mais um card bem editado com a frase “Feliz Dia do Trabalhador”. O que ele quer, e tem todo o direito de exigir, é dignidade.
Dignidade para ser atendido com respeito em um hospital público, sem filas intermináveis ou falta de medicamentos. Dignidade para colocar seus filhos em uma escola de qualidade, com professores valorizados e estrutura decente. Dignidade para morar em um lugar seguro, com saneamento, luz, água e paz. Dignidade para usar um transporte público que funcione, que não trate o cidadão como gado.
O trabalhador quer ver os impostos que paga sendo aplicados corretamente, quer políticas públicas que funcionem, sem desperdício, sem desvios, sem o custo invisível da corrupção que consome o que deveria voltar para a sociedade. Ele quer viver em um país onde o esforço vale a pena, onde é possível crescer com mérito e honestidade.
Também quer condições econômicas que respeitem sua força de trabalho, um salário justo, estabilidade, oportunidades reais de qualificação e ascensão. Não quer viver com medo da inflação, do desemprego, da violência ou da próxima crise.
É isso que o povo quer, menos discursos e mais ação, menos promessas e mais entrega, menos propaganda e mais verdade.
Neste Dia do Trabalhador, a melhor homenagem não está nas redes sociais, mas nas atitudes. Está em cada política pública bem feita, em cada real bem aplicado, em cada decisão que coloca o interesse coletivo acima do pessoal. Essa é a homenagem que o trabalhador espera. O resto é só barulho.