Empreendedores da construção civil em Anápolis estão enfrentando mais uma barreira burocrática que ameaça o desenvolvimento econômico da cidade. Para conseguir a AVTO, Análise de Viabilidade Técnica e Operacional, documento técnico emitido exclusivamente pela Saneago que estabelece as condições para o atendimento com água e esgoto de um empreendimento, agora é necessário passar por uma etapa adicional imposta pela prefeitura.
A exigência obriga o empreendedor a solicitar, antes de mais nada, uma autorização prévia da prefeitura, mesmo sem esta ter qualquer competência técnica sobre o abastecimento de água e o sistema de esgotamento sanitário. A Saneago, empresa estadual responsável por esse serviço, é a única que pode deliberar sobre a viabilidade técnica dessas conexões. No entanto, o município passou a se posicionar como um intermediário, criando mais um degrau no já moroso processo de aprovação.
“É um ato burocrático que só atrasa o início dos projetos. A prefeitura não tem poder para interferir nas decisões da Saneago, mas está impondo essa etapa que não tem nenhum respaldo técnico”, relata um empresário do setor.
A suspeita entre os profissionais da área é que essa exigência sirva como mecanismo de monitoramento de empreendimentos médios e grandes em andamento na cidade, alimentando possíveis interesses ligados à especulação imobiliária. A falta de transparência no processo reforça essa desconfiança.
Vale lembrar que a emissão da AVTO, por si só, já costuma ser demorada. Com a exigência do aval prévio da prefeitura, os prazos se estendem ainda mais, afetando diretamente a geração de empregos, o andamento de obras e o fomento da economia local.
O setor da construção civil é um dos grandes motores de desenvolvimento urbano e geração de renda em Anápolis. Criar obstáculos sem base técnica ou legal compromete não apenas o crescimento da cidade, mas a confiança dos investidores no ambiente de negócios local.